terça-feira, 18 de novembro de 2008
Dicionário de Palavras dificéis
Odinofagia - semelhante a disfagia, dor na deglutição de alimentos.
Pós - pandrial - Período após as refeições, que inicia a digestão.
Doença Arterial Periférica - DAP
De facto, a história clinica, para além de informação sobre factores de risco e sintomas de doenças noutros territórios, deve incluir a pesquisa de claudicação intermitente, dor, cansaço ou sensação de peso em grupos musculares dos Membros Inferiores. Parestesias e impotência funcional do membro podem acompanhar a claudicação.
"Às tradicionais abordagens segmentares da doença, frequentemente através da intervenção cirúrgica... são actualmente muito relevantes o controle activo de factores de risco e a prevenção farmacológica da aterosclerose".
A presença de pulsos nos membros inferiores nem sempre exclui de forma absoluta a presença de DAP (Pressão Tornozelo - Braço). "Os doentes com DAP sintomática devem ser medicados com estatinas no sentido de obter controlo sobre os niveis de colesterol e também pelas propriedades pleiotrópicas daqueles fármacos que parecem reduzir as placas de ateroma".
O trabalho de investigação que continue... Devemos mudar algumas tradicionais abordagens, para uma maior eficiência.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Enfermagem
A vida é mesmo perfeita, porra!
Oximetria de Pulso
Uma Opinião:
Outra Opiniao...
O oxímetro mede a saturação funcional – hemoglobina oxigenada expressa como uma percentagemda hemoglobina que pode transportar oxigénio. Ele não detecta quantidades significativas de hemoglobina disfuncional, como carboxihemoglobina ou metahemoglobina. Por isso não é propriamente a dioxihemoglobina que poderá ser responsável por isso que referiu.São vários os factores que podem interferir com a leitura da oximetria de pulso:Dishemoglobinemias:Quando presentes em quantidades significativas, tanto a carboxihemoglobina (COHb) quanto a metahemoglobina (MetHb), podem alterar a leitura da SpO2. Não há previsibilidade de erro, isto é, se existirá sub ou sobrestimação da concentração, uma vez que o espectro de absorção destas hemoglobinas é semelhante ao da hemoglobina reduzida e oxihemoglobina. Corantes: Azul de metileno, fluoresceína, alguns vernizes para as unhas provocam falsas leituras(por baixo) da SpO2.Luz ambiente: Apesar de haver correcção automática na maioria dos oxímetros de pulso, luzes fluorescentes, focos cirúrgicos de xénon e luz solar podem alterar a leitura da SpO2, dando valores inferiores ao real (acreditem…).Artefactos de movimento: Os movimentos do sensor, por exemplo os que ocorrem durante tremores, dá medidas incorrectas e falsos alarmes. Hipoperfusão:Baixo débito cardíaco, hipotermia e vasoconstrição comprometem a intensidade do pulso arterial e portanto a intensidade do sinal “correcto” a ser lido.Anemia: A anemia isolada não compromete a leitura da oximetria de pulso, porém quando associada à hipoxémia, pode traduzir-se em leituras “esquisitas”.Pulso venoso: Estados de sobrecarga de volume, que condicionem sobrecarga da rede vascular venosa que possam determinar a presença de pulso venoso pode fornecer também uma falsa baixa leitura da SpO2, já que os oxímetros são programados para identificar o sinal pulsátil como de origem arterial.
Mesmo sendo uma parâmetro muito útil a oximetria de pulso dá-nos apenas uma estimativa da oxigenação. O diagnóstico de certeza é dado pela gasometria e aferição do valor de PaO2 e claro…também pelo doente.
Enfermagem
Bem, vou ter de emigrar, está visto, mas ao menos ganhar o dobro, isto é, se nao piorar também lá fora, já que estamos em crise mundial, vamos embora então!!
Cumprimentos e boa sorte a todos os enfermeiros que estao no desemprego e que nunca deixem de lutar pela enfermagem, pois quem tem culpa são as politicas, as estratégias.
Escalas de Risco de Úlceras de Pressão
Para esse efeito existem escalas de avaliação dos factores de risco que um doente tem para desenvolver uma úlcera de pressão. Já falamos dos factores de risco na etiologia das úlceras de pressão.
Existem várias escalas de risco, desenvolvidas em vários países do mundo. As mais conhecidas são as escalas desenvolvidas por Braden, o Braden score, e Waterlow, o Waterlow pressure sore risk assestment scale.
Em Portugal, o ministério de Saúde requer que nos hospitais públicos seja utilizada a escala de Norton na sua forma original ou então adaptada um pouco às necessidades dos diferentes serviços.
Basicamente as escalas de avaliação encaram os mesmos tópicos e categorias. Como mostrado pelo quadro é avaliado o doente em alturas determinadas e é feito um registo do ”score” ou pontuação total nessa altura.
Não existe uma escala que avalie todas as variáveis. Portanto as escalas são somente uma maneira de inventariar de alguma forma geral os potenciais problemas.
O mais importante é obviamente o que é que nos diz a pontuação: qual a sua importância em relação às acções que temos que desenvolver?
Assim, com os resultados obtidos e com os conhecimentos que temos acerca de tratamento e prevenção de úlceras de pressão, vamos pôr em prática as medidas existentes que vamos ver apresentadas agora.
Aumento da PIC
10% do volume intracraniano e seu volume, em todo
o sistema nervoso, é de aproximadamente 150 ml, dos
quais 20-30 ml estão no interior dos ventrículos e o
restante nos espaços subaracnóides intracraniano e
raquidiano.
O LCR é produzido em torno de 0,3 a 4,0 ml/min,
principalmente nos plexos coróideos dos ventrículos
laterais (70% da produção), e, em menor quantidade,
por transudação de líquido através do epêndima(3,4).
Uma vez vez produzido, o LCR dos ventrículos
laterais circula através dos forames de Monro para o
terceiro ventrículo e daí para o quarto ventrículo, através
do aqueduto cerebral. Do quarto ventrículo, o LCR
sai pelos forames de Luschka e Magendie e alcança
as cisternas basais. Por via anterior, através das cisternas
anteriores do tronco cerebral, alcança a convexidade
do cérebro, após passar pela base dos lobos
frontais e temporais. Por via posterior, o LCR que sai
do quarto ventrículo circula pela cisterna magna, cisternas
supracerebelares, cisternas ambientes e cisternas
do corpo caloso, atingindo também a convexidade
cerebral. Além disso, o LCR circula ao redor da
medula no canal raquidiano, em um movimento de
entrada e saída na caixa craniana. A propagação da
corrente liqüórica é atribuída ao efeito exercido pelas
pulsações cardíacas nas artérias do plexo coróideo, o
qual provoca uma onda de pressão(5,6).
A reabsorção liquórica ocorre, em grande
parte, nas vilosidades aracnóideas, ao longo do seio
sagital, através de um mecanismo passivo do tipo
valvular unidirecional. Quando a pressão liquórica
atinge 5mm/H2O, mecanismos valvulares nos canalículos
que unem o espaço subaracnóideo às veias que
drenam para o seio sagital superior abrem-se e permitem
o escoamento do LCR, para dentro do sistema
venoso.
As alterações liquóricas que levam à HIC, geralmente,
são aquelas que causam obstrução da circulação
liquórica em qualquer ponto de sua via e as
que causam dificuldade na reabsorção do LCR.
O volume total de sangue intracraniano é, aproximadamente,
4-4,5 ml/100 g de tecido cerebral, que,
normalmente, está distribuído em 60% no lado venoso
e 40% no lado arterial. Clinicamente, o sistema
venoso pode ser considerado incompressível e os vasos
do sistema venoso não sofrem alterações dos seus
diâmetros, portanto toda a resposta vascular cerebral
está do lado arterial, que representa menos de 2% do
volume intracraniano ou aproximadamente 25 ml no
cérebro adulto.
O fluxo sangüíneo cerebral (FSC) é diretamente
proporcional à pressão de perfusão cerebral (PPC) e
inversamente proporcional à resistência vascular cerebral
(RVC). A PPC é igual a pressão arterial média
(PAM) menos a pressão venosa. Como, no homem, a
pressão nos seios venosos é difícil de ser medida e
ela corre paralela à PIC, considera-se a PPC igual à
diferença entre a PAM e a PIC. Portanto, o FSC pode
ser expresso na seguinte equação:
FSC = PPC = PAM-PV(PIC)
RVC RVC
A auto-regulação do FSC pode ser definida
como a capacidade de aumento do FSC devido ao
aumento da necessidade metabólica do cérebro(7) e
diminuição do fluxo com redução da demanda
(auto-regulação metabólica) ou como a capacidade
de manutenção do fluxo apesar do aumento ou da redução
da pressão arterial sistêmica (auto-regulação
pressórica)(8).
A auto-regulação funciona adequadamente na
faixa de variação da PAM, de 50 a 160 mmHg, o que
significa que, conforme a PAM diminui, os vasos de
resistência dilatam até que atinjam um ponto máximo
em resposta à redução da pressão. A partir de 50 mmHg,
o FSC reduz abruptamente com quedas adicionais da
PAM. O resultado dessa intensa vasodilatação é um
quadro de vasoplegia capilar, que provoca ingurgitamento
da microcirculação. Essa vasoplegia pode ser
irreversível e, com o aumento progressivo, a PIC pode
igualar-se à PAM, interrompendo o FSC(1).
Com o aumento da PAM, os vasos contraem-se
até que a PAM atinja 160 mmHg, nível em que a pressão
quebra a resistência da vasoconstrição, causando
dilatação passiva e um aumento no FSC.
A teoria mais aceita para a regulação do FSC é
a metabólica, que se baseia na premissa de que os
músculos das paredes vasculares são influenciados por
metabólitos vasodilatadores, produzidos nos tecidos
vizinhos. O CO2 tem um acentuado efeito relaxante
na musculatura dos vasos cerebrais e, conseqüentemente,
suas alterações têm um grande efeito sobre a
resistência vascular, sobre o FSC e sobre o volume
sangüíneo cerebral. Entretanto seu efeito não é direto
sobre o diâmetro das arteríolas e, sim, age mediado pela
alteração que provoca no pH do líquido extracelular(8).
Em resumo, o acúmulo de CO2 no espaço intersticial
leva à acidose tecidual, que ocasiona o relaxamento
da musculatura lisa da microcirculação
e reduz a RVC. O contrário ocorre quando o CO2 é
eliminado e o pH tecidual aumenta. Embora com a
auto-regulação o FSC permaneça constante, o fluxo
sangüíneo regional varia de acordo com as necessidades
metabólicas regionais, havendo uma relação direta
entre o fluxo e a atividade metabólica das áreas do
córtex cerebral.
Uma extensão do conceito de auto-regulação
cerebral é o de acoplamento, que é a relação ideal do
FSC com o metabolismo tissular. A condição patológica
é chamada de desacoplamento, quando pode ocorrer
excesso de FSC para um tecido que não está consumindo
toda a oferta oferecida (hiperemia) ou um
FSC menor que as necessidades do tecido (oliguemia);
tais situações têm sido descritas no traumatismo
craniencefálico (TCE). Uma forma de avaliar esse
acoplamento é o de medir a diferença da saturação
arteriovenosa (jugular) de O2 e inferir se o tecido cerebral
está extraindo muito oxigênio (déficit de fluxo)
ou se existe oxigênio em excesso no sangue venoso
(excesso de fluxo)(8,9,10).
A pressão venosa intracraniana também deve
ser considerada no estudo da etiologia da HIC, doenças
intracranianas (fístulas arteriovenosas) e extracranianas
(obesidade mórbida, trombose traumática de
veias jugulares) podem causar seu aumento e, secundariamente,
HIC (11/15).
O parênquima cerebral contribui com 85% do
volume intracraniano (1000 a 1250 ml), sendo constituído
por substância branca, onde há predomínio de
axônios e mielina, e por substância cinzenta, onde há
predomínio de corpos celulares. A parte sólida representa
25% do parênquima e os 75% restantes são
constituídos por água, distribuída nos espaços extra e
intracelulares(516).
O aumento do volume cerebral pode se dar pelo
crescimento anormal de um tecido (tumores), pelo
aparecimento de uma resposta inflamatória em resposta
a um agente infeccioso (abscesso ou granulomas)
ou pelo acúmulo de líquido nos espaços intersticial
e/ou intracelular. O acúmulo é chamado de edema
cerebral, e resulta do funcionamento indequado dos
mecanismos de transporte da água e de eletrólitos entre
os capilares e espaços extra e intracelular. De acordo
com o mecanismo de formação, pode ser dividido
em vasogênico e citotóxico.
O edema vasogênico resulta da quebra da barreira
hematoencefálica, o que provoca aumento da
permeabilidade do endotélio capilar e permite o extravasamento
de componentes do plasma (água e proteínas),
para o espaço intersticial. A partir do local da
lesão, o líquido do edema espalha-se pela substância
branca adjacente, por gradiente de pressão. A composição
do líquido do edema é intermediária entre o
plasma e o líquido extracelular e varia desde a sua
formação até a sua resolução(5,17,18).
Os principais efeitos prejudiciais do edema vasogênico
são: alteração na perfusão tissular por dificuldade
de fluxo nos capilares, aumento do volume
tissular, dificultando a difusão adequada de substratos
metabólicos e catabólitos entre os compartimentos tissular
e vascular, desmielinização ou interrupção do
fluxo axoplasmático secundários à pressão sobre os
axônios, e alterações na excitabilidade da membrana
nervosa pelos componentes do líquido do edema(1).
O edema citotóxico, ou celular, é o acúmulo de
líquido no espaço intracelular, caracterizado por um
aumento do volume intracelular e redução do volume
extracelular. O mecanismo ultra-estrutural do edema
celular é a alteração da membrana celular. A situação
clínica em que ele ocorre com maior freqüência é a
isquemia, por alteração no suporte energético das trocas
iônicas ao nível da membrana, tanto no neurônio
como nas células da glia. Segundos após a falência
da bomba de Na+ e K+, verifica-se o acúmulo de água
e Na+ dentro da célula e de K+ no líquido extracelular,
cujo grau depende da duração e intensidade da isquemia.
Nessa fase, não há quebra da barreira hematoencefálica.
Entretanto, durante a evolução do edema celular
por isquemia, ocorre a sua tranformação em vasogênico.
A reversão do edema intracelular pode ocorrer
quando os mecanismos de troca iônica ativa, na
membrana celular são restabelecidos(19,20).
Além desses dois tipos, são ainda descritos o
edema hidrostático, que ocorre no espaço intersticial
por aumento da pressão venosa (edema passivo), e o
denominado edema intersticial, que se verifica nas
regiões periventriculares, pela transudação transependimária
de LCR, em pacientes com hidrocefalia e HIC.
O edema pode levar a um aumento da PIC com
conseqüente redução do FSC, o que, por sua vez, leva
à hipóxia, que contribui para o aumento do edema,
fechando um círculo vicioso. O círculo vicioso, se
não for impedido pelos mecanismos normais de reabsorção
ou por medidas terapêuticas, leva à interrupção
do FSC, que é o principal parâmetro clínico para
a determinação da morte cerebral.
A relação do volume intracraniano com a PIC
não se faz de forma linear, mas, sim, exponencial. A
injeção de pequenos volumes de líquido no interior
do crânio, de início, praticamente não altera a PIC,
nas injeções subseqüentes, o aumento é lento, mas, a
partir de um volume injetado, o acréscimo de pequenos
volumes de líquidos determina grandes aumentos
na PIC e vice-versa. Esse fato acontece devido
aos mecanismos tampões, existentes no interior do
crânio, ou seja, a saída de líquido cefalorraquidiano
para dentro do saco dural ou sua reabsorção (70% da
capacidade de compensação intracraniana) e a redução
do volume sangüíneo por compressão do leito vascular
e ejeção do sangue para fora da caixa craniana
(30% da capacidade de compensação espacial).
Dicionário - Palavras dificeis
Epitróclea - Côndilo interno da extremidade distal do úmero.
Quadrantanopsia - Cegueira de um quadrante do campo visual.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
EPH - Emergência Pré-hospitalar
Informações não bastam para a mudança dos comportamentos
Farmácias e Administraçao de Vacinas
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Depressão
A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer, que exige tratamento. Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele se sente triste a maior parte do dia, quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas actividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de não ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.
Existem as depressões monopolares (este não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afectivo bipolar é caracterizado pela alternância de fases deprimidas, como maníacas, de exaltação, alegria ou irritação de humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas.
Sintomas da depressão:
Ø Perda de energia ou interesse
Ø Humor deprimido
Ø Dificuldade de concentração
Ø Alterações do apetite e do sono
Ø Lentidão nas actividades físicas e mentais
Ø Sentimento de pesar ou fracasso
Sintomas associados a depressão:
Ø Pessimismo
Ø Dificuldade de tomar decisões
Ø Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
Ø Irritabilidade ou impaciência
Ø Inquietação
Ø Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
Ø Chorar à-toa
Ø Dificuldade para chorar
Ø Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
Ø Dificuldade de terminar as coisas que começou
Ø Sentimento de pena de si mesmo
Ø Persistência de pensamentos negativos
Ø Queixas frequentes
Ø Sentimentos de culpa injustificáveis
Ø Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insónia, perda do desejo sexual.
Factores de risco:
Ø Pessoas com episódios de depressão no passado;
Ø Pessoas com história familiar de depressão;
Ø Pessoa do sexo feminino, a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e pós-menopausa;
Ø Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de alguém próximo;
Ø Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças;
Ø Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
Ø Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
Ø Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem stress;
Ø Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
Ø Pessoas idosas.
Diagnostico:
Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso. Deve ser dirigido sempre ao seu médico de família ou clínico geral: estes médicos podem reconhecer a presença da doença, e caso considerem necessário, podem contactar com um médico psiquiatra para esclarecimento do diagnóstico e para orientação terapêutica (o medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.). Normalmente, o tratamento pode ser através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapeutas, ou da conjugação de ambas.
Depressão na terceira idade
A conhecida relação entre sintomas depressivos e idade avançada, sempre gerou numerosos estudos. A maioria desses estudos aborda a polémica sobre o facto da depressão no idoso ser considerada, ou não, um tipo diferente das demais depressões. Esse debate inicialmente se concentrou sobre a idade do paciente idoso que sofria de depressão, interessava saber se a depressão era senil, evolutiva, pré-senil.Um dos modelos de abordagem da depressão na terceira idade é o modelo bio-psico-social, o qual, como diz o nome, congrega os aspectos sociais, psicológicos e orgânicos como ingredientes necessários para produzir e manter o quadro depressivo. Sobre esse modelo biopsicossocial, actualmente muito aceite, a medicina poderia actuar com eficácia num ou dois aspectos, ficando o aspecto social submetido à actuação política, notadamente nessa questão da terceira idade. Do ponto de vista vivencial, o idoso está numa situação de perdas continuadas; a diminuição do suporte sócio-familiar, a perda do status ocupacional e económico, o declínio físico continuado, a maior frequência de doenças físicas e a incapacidade pragmática crescente compõem o elenco de perdas suficientes para um expressivo rebaixamento do humor. Também do ponto de vista biológico, na idade avançada é mais frequente o aparecimento de fenómenos degenerativos ou doenças físicas capazes de produzir sintomatologia depressiva.
Sintomas da depressão no idoso:
Ø Inquietação psicomotora (depressão ansiosa);
Ø Sintomas depressivos (insuficientes para categorias de diagnóstico formal);
Ø Somatizações variadas;
Ø Sinais de alterações vegetativas;
Ø Perda de auto-estima;
Ø Sentimentos de abandono e dependência;
Ø Eventuais sintomas psicóticos, défice cognitivo variável;
Ø Ideias de suicídio;
Ø Alterações do sono;
Ø Alterações do apetite;
Ø Reconhecimento dos sintomas psiquiátricos;
Ø Perda de energia;
Ø Sensação de culpa, tristeza subjectiva;
Ø Diminuição da concentração e pensamentos sobre a morte.
É de salientar que a depressão é a patologia mais frequente no idoso e, normalmente, é apresentada de maneira atípica ou indirecta, ou seja, encoberta por múltiplas e variadas queixas somáticas e associada a quadros de franca ansiedade. O diagnóstico da depressão no idoso baseia-se na história clínica, nos antecedentes afectivos pessoais e familiares bem como no julgamento de elementos sócio-psicológicos associados e possivelmente facilitadores.
Homeostasia
Musicoterapia - Uma nova perspectiva de cuidar
Musicoterapia pode-se definir do ponto de vista científico e do ponto de vista terapêutico.
Do ponto de vista científico a musicoterapia é uma especialidade científica que se ocupa do estudo e investigação do complexo até ao som humano.
Do outro ponto de vista a musicoterapia é a disciplina paramédica que usa o som, a musica e o movimento para produzir efeitos regressivos e para abrir canais de comunicação com o paciente.
Em termos de indicações clínicas, é preciso considerar que a musicoterapia é uma forma de tratamento tal como outra qualquer, mas que tal como outros tratamentos tem os seus próprios limites e contra-indicações. No que diz respeito aos limites da musicoterapia, é fundamental eliminar a ilusão, que por vezes é frequente, de que a arte ou a música num contexto terapêutico possam levar o indivíduo que sofre a transcender todos os seus problemas. Nem sempre isso é verdade.
Entre as inúmeras aplicações da musicoterapia devem ser destacados os trabalhos com pacientes portadores de deficiências físicas, como paralisia e distrofia muscular progressiva. As deficiências sensoriais (visual e auditiva) e as síndromes genéticas (Down, Turner e Rett) também contam com essa opção como tratamento complementar. Distúrbios neurológicos (lesões cerebrais, dislexias, disfonias, entre outros) e doenças mentais, como esquizofrenia, autismo infantil, depressões e distúrbio obsessivo compulsivo também podem beneficiar com essa terapêutica. Alem destas aplicações anteriores, a musicoterapia pode ser aplicada desde a vida intra-uterina. Pesquisas feitas acerca deste assunto, provaram que o feto reage ao som e, por ser estimulado desde cedo, nasce com maior capacidade de desenvolver seu potencial.
Musicoterapia em casos específicos:
No deficiente Mental, a musicoterapia permite, de maneira bem fácil, a introdução de mensagens que pareciam difíceis ou complicadas para o deficiente mental. Para estabelecer contacto, primeiro o deficiente mental é tratado individualmente, e só depois integrado com os demais. É importante o uso do corpo como instrumento de movimento e percussão: soltar a voz, bater palmas, bater na mesa, marchar. É necessário encontrar um meio para que a criança se expresse: num ritmo, ruído, som ou melodia. Os deficientes mentais têm facilidade para viver a intensidade e aprendem a duração do ritmo, podendo passar para as aulas de música após a terapia.
Nos indivíduos com deficiência motora, esta consegue a criação de novas vias no cérebro lesado, tanto em crianças como em adultos. A música dá a emoção do movimento, porque se move no tempo e no espaço, e a meta da musicoterapia é provocar a sensação da possibilidade de realizar o movimento. Tal como no deficiente mental, também nestes pacientes é necessário trabalhar individualmente no início, pois os espásticos apresentam reacções diversas face à música. O musicoterapeuta deve procurar o melhor meio de expressão do paciente. Deve-se ainda buscar a integração com outras áreas como a psicoterapia.
Nos indivíduos com deficiência auditiva, a actividade para o som é completamente distinta em pacientes com experiência auditiva prévia, em pacientes com surdez parcial, e nos surdos que já nasceram surdos. De qualquer forma, o mais importante é o ritmo e não a melodia. São utilizados outros sistemas capazes de perceber o som: sistemas de percepção interna, táctil e o visual. Este tipo de sessões podem ser individuais ou em grupos. É importante o piso de madeira na sala de musicoterapia para sentir as vibrações, os audiofones, os grandes instrumentos, e as vibrações no ar. Sentir as vibrações do musicoterapeuta quando este canta e compará-las com as de seus companheiros é uma das experiências mais ricas de comunicação que existe.
No Autismo infantil, esta é a primeira técnica de aproximação para com este tipo de pacientes. Um indivíduo autista pode ser considerado como uma espécie de feto que se defende contra os medos de um mundo externo desconhecido e contra as sensações das deficiências do seu mundo interior. Portanto, é importante trabalhar em etapas com elementos de regressão, ou seja, musicoterapia passiva ou receptiva (o paciente é submetido ao som sem instruções prévias); de comunicação e de integração. A água pode ser fundamental para a terapia, pois é elemento com o qual a criança convive diariamente produzindo efeitos diversos, assim como sons primitivos como batimentos cardíacos, inspiração e expiração.
A Musicoterapia também se adapta perfeitamente nas famílias de crianças autistas, psicóticas, ou mesmo em qualquer grupo familiar enfermo, quando realizada paralelamente à terapia da criança.
Intervenções:
● Explicar os benefícios da musicoterapia para a sua saúde, para o seu bem-estar;
● Promover uma relação de empatia com o utente para este se sentir motivado e se mostrar receptivo à terapia pela música;
● Saber qual o tipo de música que o doente gosta;
● Proporcionar um ambiente calmo e confortável, de relaxamento;
O Enfermeiro pode proceder à realização destas intervenções de forma individual ou em grupo, tendo sempre em conta as necessidades específicas de cada pessoa.
É necessário uma forte interacção, uma grande disponibilidade de ambas as partes, ou seja, entre Doente e Enfermeiro, para que o processo de Musicoterapia resulte.
Resultados da Musicoterapia
A Musicoterapia como psicoterapia complementar no protocolo de tratamento, pode contribuir significativamente para a melhoria do estado de saúde não só por constituir uma situação terapêutica não intrusiva, mas também por permitir a abordagem de aspectos clínicos importantes que não são tidos em consideração nas intervenções terapêuticas convencionais.
É importante salientar a fácil e espontânea dinâmica relacional entre terapeuta e paciente, que possibilita de uma forma muito natural a optimização da intervenção clínica. Conseguindo assim uma melhor aceitação, por parte do paciente, das intervenções terapêuticas complementares, o que constitui uma mais-valia na obtenção de melhores resultados.
Estudos realizados comprovam que a musicoterapia é uma técnica capaz de restabelecer a paz e a harmonia interior do ser humano, hoje tão prejudicado pelo barulho, pelos sons agressivos e pela música dissonante ouvida em volume excessivamente alto.
Os resultados têm-se revelado notáveis em largas áreas terapêuticas ou simplesmente relaxantes e recentemente comprovado, em casas comerciais de grande porte, que além de criar uma atmosfera harmoniosa entre os funcionários, leva os clientes a realizarem suas compras com maior tranquilidade.
O Perfil da Saúde em Portugal
A esperança de vida à nascença em Portugal, aumentou praticamente para o dobro. Apesar desta tendência se continuar a verificar, a esperança de vida da nossa população contínua abaixo da média Europeia. Dados de 1999 dizem-nos que na U.E. a taxa era de 78,37 anos e em Portugal era de 75,52 anos.
No entanto, para as mulheres a taxa de esperança de vida era de 79,08 anos, superior à de outros países, e na Europa era de 81,43 anos. Nos homens a taxa de esperança de vida, em comparação com a de outros países, é das mais baixas – Portugal 71,93 anos, Europa 75,19 anos ( WHO, Health For All Database, 2003).
Nos inícios dos anos 60, os indicadores de saúde infantil tiveram uma melhoria, mas foi desde a revolução de 1974 que estes indicadores sofrerão uma redução enorme e neste momento estão perto das médias europeias. Entre 1970 e1990 a taxa da mortalidade infantil desceu percentualmente 5 pontos. Decresceu de 10,8/1000 em 1981 para 5,0/1000 em 2001.
Segundo Instituto Nacional de Estatística, continua a haver diferenças a nível regional destas taxas, pois os Açores apresentam a maior taxa 6,5/1000 sendo a mais baixa a da Região Centro de Portugal Continental com 3,8/1000. (INE; Estatísticas Demográficas, 2001)
A situação da saúde infantil em Portugal actualmente, apresenta uma evolução francamente positiva que o coloca acima da média europeia e melhor que muitos países desenvolvidos.
Através da análise dos componentes da taxa de mortalidade infantil conseguimos notar essas evoluções favoráveis:
- a taxa da mortalidade perinatal desceu de 12,1/1000 em 1990 para 5,6/1000 em2001.
- a taxa de mortalidade neonatal diminuiu 50,7% entre 1990 e 2002, ou seja de 6,9/1000 para 3,4/1000
- a taxa de mortalidade pós-neonatal diminuiu, no mesmo período de tempo, 60,4% de 4,0/1000 para 1,6/1000
- 68% da mortalidade infantil diz respeito à mortalidade neonatal
(INE, Estatística da Saúde 2002)
Este panorama está em muito relacionado com as politicas e estratégicas bem definidas, bem como, com os investimentos selectivos e coerentes aplicados nas áreas perinatal, materna e infantil, praticados nestes últimos anos.
Estas melhorias do estado de saúde da população, parecem estar associados a maiores e melhores recursos financeiros, materiais e humanos nos cuidados de saúde, bem como às melhores condições económicas e sociais: educação, habitação, condições sanitárias, rede viária, transportes, comunicações.
Contudo continua a haver desigualdades entre as regiões e provavelmente entre classes sociais. Estas disparidades notam-se na variação de determinados indicadores de saúde, como a taxa de mortalidade e a taxa de mortalidade infantil, bem como nas diferentes condições de acesso dos habitantes aos cuidados de saúde como por exemplo, o ratio de habitantes por hospital e o ratio de habitantes por profissionais de saúde.
Todos estes ganhos tem também como base a Lei nº 4/84 de 5 Abril segundo a qual Portugal rege a Protecção da maternidade e da paternidade
Suporte Hídrico em Crianças
Importante: diferenciar se a criança recebe líquidos de manutenção (por ex. se é pré-operatório) ou se é para recompensar perdas (desidratação, vómitos, diarreias). Deve estar muito atenta se a criança recebe só manutenção, pois nesse caso deve dar-se quantidade calculada de líquidos.
Quanto mais nova a criança (menor em idade) mais frágil é para tolerar líquidos, além de que paradoxalmente precisa maior quantidade por kg de peso (pesar sempre a criança)
Em caso de manutenção
Recém-nascido 70 ml × kg peso × 24 horas
10 - 20 Kg de peso: 1000 ml base × 50 ml por cada kg acima de 10 × 24 horas
Ex: criança de 14 kg
1000 ml base + 50×4 = 1200 ml / 24 horas
Se a criança está desidratada:
- Classificar desidratação
Leve (até 5%): boca seca
Moderada (5 - 7 %): boca seca, sede, olhos encovados
Grave (7 - 10 %): boca seca, olhos encovados, prega cutânea, criança muito calma
Choque (> 10%): tudo o anterior mais criança exaltada ou deprimida
Quanto dar?
Paciente em choque: 30 - 50 ml × kg Þ restabelece rapidamente
Desidratado grave: 30 ml × kg em 1 hora Þ reavaliar e calcular novo debito
Desidratação moderada: 20 ml × kg em 1 hora Þ reavaliar
Pode calcular-se: % de desidratação × peso × 10 e do total dar metade em 2 horas, o resto em 4 horas
Ex. criança 8 kg, desidratada 7%
7 × 8 Kg × 10 = 560 ml ÷ 2 = 280 ml Þ dar 280 ml em 2 horas e de seguida 280 em 4 horas
Reavaliar sempre antes de continuar.
Se o paciente tolera a via oral – Repor perdas com soro (contem glicose, sódio, potássio) oral “redrate” com o soro oral o criança nunca vai sobre-hidratar-se.
Em recém-nascidos: nunca repor rapidamente (EV) + de 1 hora
Se criança em choque 20 ml × kg em 1 hora
Se não em choque repor em 6 horas
- Qual solução usar?
Criança em choque: fisiológico 0,9 %
Criança não em choque:
Menos de 1 ano: solução 0,30 % (soro 210)
Maior de 1 ano: solução 0,45 % (heminormal)
Agregar electrólitos quando precisar - Complicações da hidratação:
Oral:
Mau sabor
Vómitos
Rejeição da criança a ingerir soro oral
Deve-se dar lentamente para evitar distensão gástrica e consequentemente vómitos
Não usar nunca em criança em choque ou com intolerância
Parenteral:
Se perfundir menos quantidade que a necessária, produzir-se-á hipotermia, pouca oxigenação cerebral, hipotensão, falha renal podendo evoluir até choque hipovolémico (criança deprimida, pouco activa, pele fria)
Se perfundir mais quantidade (sobre-hidratar), pode apresentar complicações:
Em recém-nascidos: reabertura do ducto arterioso
Em todas as idades:
- edema periférico
- insuficiência cardíaca Þ edema pulmonar
- edema cerebral, coma - Alterações metabólicas:
➣ O mais frequente em crianças com diarreia ou vómitos:
Hiponatremia: caracterizada pela baixa concentração de sódio, criança pouco activa, pele fria, hipotensa, geralmente taquicardia em crianças com diarreia e vómitos que tem tomado só soluções doces (sumos), ou que se tem corrigido a desidratação com soluções hipotónicas.
Hipernatremia:
Criança muito irritável, choro contínuo. Importante avisar o médico, pode convulsionar e causar edema cerebral e morte rapidamente.
➣ Crianças com diarreia:
Hipocaliemia: caracterizada pela baixa concentração de potássio Þ pouco vulgar
VNK: 3,5 - 5,5 mg/litro
Criança com distensão abdominal, dor abdominal, timpanismo abdominal. Se grave, a hipocaliemia pode alterar ritmo cardíaco.
Criança diabética:
Hipoglicemia
} ambos com perda ou alteração da consciência Hiperglicemia
Se, já Dx, criança diabética e saltou alguma refeição, suspeitar de hipoglicemia
Se não tomou insulina e/ou abusou das comidas, criança em stress ou com infecção, suspeitar de hiperglicemia
Se, já Dx, criança diabética e ficar inconsciente e não poder fazer dx ou glicemia imediatamente, colocar-lhe sempre soro glucosado (dextrose) ou açúcar até obter glicemia.
Lembrar-se dx: tem valores entre 10 e 20 mg/% acima da glicemia central.
O resto das alterações electrolíticas é pouco frequente em crianças.
Outra alteração metabólica
Hipotiroidismo - criança geralmente gorda, pouco activa, olhar perdido, língua fora da boca com boca aberta, pele fria, edemas duros pré-tibiales.
Em crianças menores de 1 ano, bebé hipolónico com atraso do desenvolvimento psicomotor, dificuldade para alimentar-se.
É uma patologia hoje invulgar, pois o seu dx pode ser feito no bebé RN com o teste de pé.