Suporte hídrico em crianças
Importante: diferenciar se a criança recebe líquidos de manutenção (por ex. se é pré-operatório) ou se é para recompensar perdas (desidratação, vómitos, diarreias). Deve estar muito atenta se a criança recebe só manutenção, pois nesse caso deve dar-se quantidade calculada de líquidos.
Quanto mais nova a criança (menor em idade) mais frágil é para tolerar líquidos, além de que paradoxalmente precisa maior quantidade por kg de peso (pesar sempre a criança)
Em caso de manutenção
Recém-nascido 70 ml × kg peso × 24 horas
Importante: diferenciar se a criança recebe líquidos de manutenção (por ex. se é pré-operatório) ou se é para recompensar perdas (desidratação, vómitos, diarreias). Deve estar muito atenta se a criança recebe só manutenção, pois nesse caso deve dar-se quantidade calculada de líquidos.
Quanto mais nova a criança (menor em idade) mais frágil é para tolerar líquidos, além de que paradoxalmente precisa maior quantidade por kg de peso (pesar sempre a criança)
Em caso de manutenção
Recém-nascido 70 ml × kg peso × 24 horas
Até 10 kg de peso: 100 ml × kg peso × 24 horas
10 - 20 Kg de peso: 1000 ml base × 50 ml por cada kg acima de 10 × 24 horas
Ex: criança de 14 kg
1000 ml base + 50×4 = 1200 ml / 24 horas
Se a criança está desidratada:
10 - 20 Kg de peso: 1000 ml base × 50 ml por cada kg acima de 10 × 24 horas
Ex: criança de 14 kg
1000 ml base + 50×4 = 1200 ml / 24 horas
Se a criança está desidratada:
- Classificar desidratação
Leve (até 5%): boca seca
Moderada (5 - 7 %): boca seca, sede, olhos encovados
Grave (7 - 10 %): boca seca, olhos encovados, prega cutânea, criança muito calma
Choque (> 10%): tudo o anterior mais criança exaltada ou deprimida
Quanto dar?
Paciente em choque: 30 - 50 ml × kg Þ restabelece rapidamente
Desidratado grave: 30 ml × kg em 1 hora Þ reavaliar e calcular novo debito
Desidratação moderada: 20 ml × kg em 1 hora Þ reavaliar
Pode calcular-se: % de desidratação × peso × 10 e do total dar metade em 2 horas, o resto em 4 horas
Ex. criança 8 kg, desidratada 7%
7 × 8 Kg × 10 = 560 ml ÷ 2 = 280 ml Þ dar 280 ml em 2 horas e de seguida 280 em 4 horas
Reavaliar sempre antes de continuar.
Se o paciente tolera a via oral – Repor perdas com soro (contem glicose, sódio, potássio) oral “redrate” com o soro oral o criança nunca vai sobre-hidratar-se.
Em recém-nascidos: nunca repor rapidamente (EV) + de 1 hora
Se criança em choque 20 ml × kg em 1 hora
Se não em choque repor em 6 horas
- Qual solução usar?
Criança em choque: fisiológico 0,9 %
Criança não em choque:
Menos de 1 ano: solução 0,30 % (soro 210)
Maior de 1 ano: solução 0,45 % (heminormal)
Agregar electrólitos quando precisar - Complicações da hidratação:
Oral:
Mau sabor
Vómitos
Rejeição da criança a ingerir soro oral
Deve-se dar lentamente para evitar distensão gástrica e consequentemente vómitos
Não usar nunca em criança em choque ou com intolerância
Parenteral:
Se perfundir menos quantidade que a necessária, produzir-se-á hipotermia, pouca oxigenação cerebral, hipotensão, falha renal podendo evoluir até choque hipovolémico (criança deprimida, pouco activa, pele fria)
Se perfundir mais quantidade (sobre-hidratar), pode apresentar complicações:
Em recém-nascidos: reabertura do ducto arterioso
Em todas as idades:
- edema periférico
- insuficiência cardíaca Þ edema pulmonar
- edema cerebral, coma - Alterações metabólicas:
➣ O mais frequente em crianças com diarreia ou vómitos:
Hiponatremia: caracterizada pela baixa concentração de sódio, criança pouco activa, pele fria, hipotensa, geralmente taquicardia em crianças com diarreia e vómitos que tem tomado só soluções doces (sumos), ou que se tem corrigido a desidratação com soluções hipotónicas.
Hipernatremia:
Criança muito irritável, choro contínuo. Importante avisar o médico, pode convulsionar e causar edema cerebral e morte rapidamente.
➣ Crianças com diarreia:
Hipocaliemia: caracterizada pela baixa concentração de potássio Þ pouco vulgar
VNK: 3,5 - 5,5 mg/litro
Criança com distensão abdominal, dor abdominal, timpanismo abdominal. Se grave, a hipocaliemia pode alterar ritmo cardíaco.
Criança diabética:
Hipoglicemia
} ambos com perda ou alteração da consciência Hiperglicemia
Se, já Dx, criança diabética e saltou alguma refeição, suspeitar de hipoglicemia
Se não tomou insulina e/ou abusou das comidas, criança em stress ou com infecção, suspeitar de hiperglicemia
Se, já Dx, criança diabética e ficar inconsciente e não poder fazer dx ou glicemia imediatamente, colocar-lhe sempre soro glucosado (dextrose) ou açúcar até obter glicemia.
Lembrar-se dx: tem valores entre 10 e 20 mg/% acima da glicemia central.
O resto das alterações electrolíticas é pouco frequente em crianças.
Outra alteração metabólica
Hipotiroidismo - criança geralmente gorda, pouco activa, olhar perdido, língua fora da boca com boca aberta, pele fria, edemas duros pré-tibiales.
Em crianças menores de 1 ano, bebé hipolónico com atraso do desenvolvimento psicomotor, dificuldade para alimentar-se.
É uma patologia hoje invulgar, pois o seu dx pode ser feito no bebé RN com o teste de pé.
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