"Quando estamos falando em incerteza, é porque há 50 anos discutimos quanto dá e de que forma administrar o oxigênio. Claro que há 50 anos atrás ninguém imaginava que um bebê de 480g fosse sobreviver. Quase todo o nosso conhecimento é dirigido para crianças maiores."
Em 1956, estudo controlado americano de Kinsey VE (Retrolental fibroplasia;cooperative study of retrolental fibroplasia and the use of oxygen. Arch Ophthalmol1956; 56:481-543) comprovou que a cegueira observada durante todos estes anos era devido ao uso do oxigênio. Este estudo mudou drasticamente toda a prática do uso de O2 há 50 anos.
Importante - "um conceito que as pessoas tem que estar na cabeça: a saturação é uma medida que avalia o quanto a hemoglobina está saturada de oxigénio e isto não se traduz com uma determinada PaO2 arterial."
Eles verificaram que a reanimação com ar (21%) levou a uma recuperação mais rápida da frequência cardíaca, necessitou menos reanimação com ambú e máscara do que a reanimação com o uso de 100% de oxigénio.Quando se dá muito oxigénio a um RN para que a sua PaO2 vá a 60-80mmHg, é importante lembrar que este RN foi criança que dentro do útero tinha uma PaO2 de 20mmHg. Quando se dá 100%, a PaO2 do bebê pode ir a 400mmHg e o que ocorre é a libertação de radicais livres. Têm muitos estudos evidenciado aumento de marcadores de radicais livres circulantes nestes pacientes.
Os autores evidenciaram que o crescimento somático com o uso do ar e com o uso de oxigênio a 100% foi basicamente o mesmo, sem diferenças quanto ao desenvolvimento neurológico (sentar, andar). Assim, não há nenhum problema em reanimar estes RN com ar! Não houve vantagens, mas fundamentalmente os primeiros trabalhos evidenciaram não haver efeitos adversos com a reanimação com ar. Assim, a reanimação com ar ambiente parece ser seguro e eficiente.
"Estamos tentando fazer um consenso do que existe na literatura: 84%, 86%, 92% ou 96%? Vou voltar a falar para vocês o que é a saturação de oxigénio. Sei que todos sabem, mas é importante frisar este conceito. É a quantidade de oxigénio que está preso na hemoglobina que será entregue ou não aos tecidos. Tem muitos cardiopatas sem problemas que vocês já observaram com uma saturação de 60-70% de saturação. Eles conseguem realizar todos os processos metabólico com uma saturação mais baixa. Todos nós já presenciamos RN com saturação de 75%-80%-85% e não morrem, porque aquela quantidade de O2 que esta sendo entregue aos tecidos está sendo suficiente para mantê-lo vivo. Assim, repensamos isto. Não estamos mais no 96-98%."
Mais estudos existem, todos apoiando sempre a temática desenvolvida...interessante e polémico o assunto.
Os autores evidenciaram que o crescimento somático com o uso do ar e com o uso de oxigênio a 100% foi basicamente o mesmo, sem diferenças quanto ao desenvolvimento neurológico (sentar, andar). Assim, não há nenhum problema em reanimar estes RN com ar! Não houve vantagens, mas fundamentalmente os primeiros trabalhos evidenciaram não haver efeitos adversos com a reanimação com ar. Assim, a reanimação com ar ambiente parece ser seguro e eficiente.
"Estamos tentando fazer um consenso do que existe na literatura: 84%, 86%, 92% ou 96%? Vou voltar a falar para vocês o que é a saturação de oxigénio. Sei que todos sabem, mas é importante frisar este conceito. É a quantidade de oxigénio que está preso na hemoglobina que será entregue ou não aos tecidos. Tem muitos cardiopatas sem problemas que vocês já observaram com uma saturação de 60-70% de saturação. Eles conseguem realizar todos os processos metabólico com uma saturação mais baixa. Todos nós já presenciamos RN com saturação de 75%-80%-85% e não morrem, porque aquela quantidade de O2 que esta sendo entregue aos tecidos está sendo suficiente para mantê-lo vivo. Assim, repensamos isto. Não estamos mais no 96-98%."
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