terça-feira, 26 de maio de 2009

Outra grande perspectiva acerca dos Paramédicos!

"Fomenta agora, o já há mt sonhado pelos técnicos de ambulância de emergência (TAE), carreira com actos de enfermagem e médicos.É óbvio que os Enfermeiros não obstam a tal facto, todos devem lutar por uma carreira digna, motivadora de sucesso e orgulho para qq profissional.
O problema reside nas funções que os TAE pretendem almejar. Ser detentor dos procedimentos consagrados no Regulamento do Exercício Profissional de Enfermagem, documento aprovado pela Assembleia da República, compete unicamente aos portadores do título de enfermeiro. Ora, os Srs TAE não tem título de enfermagem, logo, não podem nem devem desempenhar funções que estão consagradas a outras profissões.Exemplo,Os Enfermeiros que estão a instrumentar cirurgias, também as podem fazer, mas sabem perfeitamente ocupar o seu lugar, logo, não entram em conflito com cirurgiões.
Os Enfermeiros que estão na eq de anestesiologia tb sabem anestesiar (EOT, sedação, curarização, etc) mas não o fazem, nem reenvindicam uma carreira atropelando outros não-enfermeiros.Assim, os enfermeiros das SIV e VMER, inicialmente tb se vão apoiar nos TAE mais credenciados, aprendendo, isso tb acontece com os não-enfermeiros que estão no ínicio do internato, mas depois ganham asas e voam no campo do conhecimento e autonomia. Isto é assim, para qq profissão.
A sabedoria é partilhada por mts num mesmo espaço, mas cada um tem a sua função.Os TAE também podem ter a sua carreira, mas não têm de a conquistar invadindo o campo de outros.Relatam que um paramédico convidado a um congresso fala que os enfermeiros querem ser paramédicos, será mesmo assim??? Se era paramédico não ia defender os enfermeiros, certo? e se o convidaram os TAE, não iria entrar em conflito com quem deu o dinheiro para palestrar.Se aumentam as competências, quer as VMER, mas ainda com mais relevo as SIV não têm nexo estar a expandir e a proliferar no país. Isto revela, que o INEM está a ser gerido da frente para trás.
Os Enfermeiros do pré-hospitalar são e serão sempre uma mais valia, quer queiram, quer não. As práticas que os TAE estão reenvindicar são o dia-a-dia dos Enfermeiros, daí não ter nexo formar outros qd já existe quem o faça há mts e mts anos.A enfermagem tem funções específicas e nunca vai abdicar delas.
O número de horas de formação que querem leccionar aos TAE, nada dizem do que será a prática.A OE vai intervir certamente, esperamos que de forma assertiva e não passiva como há bem pouco tempo.
No blogue doutorenfermeiro, comentadores insurgem-se que não existem enfermeiros que consigam cobrir todo o território, isto é mt certo. Mas cada um de nós não tem uma ambulância à porta para socorrer qd necessitamos, em nenhum local do mundo isso existe. As SIV vieram cobrir mts defeitos do sistema. E não esqueçamos, qd alguém tem de morrer TAE, Enfermeiro e /ou Médico algum por mais perto ou longe que esteja, poderá evitar.Desaprovo portanto a medida anunciada pelo Sr Sec Estado e concordância pela Presidência do INEM.Recuso supervisão ou orientação de TAE no meu departamento. "
Não quero criticar os Bombeiros, o INEM, ou qualquer que seja, apenas quero consciência e uma sra. plena consciência, porque há ideias que nem sempre vêm por bem. E, aliás, eu também sou BOMBEIRO, desde 2002 e não quero criar lutas mesquinhas, quero apenas dar a César o que é de César, com isto quero dizer que o que importa aqui é a qualidade dos cuidados, o que importa são os doentes/vítimas. Isso é pelo qual nós deveríamos lutar.

País de Ideias Nobres este... Paramédicos (mais encargos), quando existem enfermeiros aos Pontapés!!

Dá vontade de rir, senão leiam as ideias mirabolantes aqui descritas, num país que se diz "estar em crise", que ainda têm tempo para pensar na criação de uma carreira, na criação de uma profissão, para responder assim, de uma melhor maneira à Emergência Pré-Hospitalar. É de loucos, senão reparem: Existem milhares de enfermeiros no desmprego e estes "gajos" começam de repente a pensar em criar uma carreira destas, com "milhares" de competências que não cabe na cabeça de ninguém, pois como se tem visto, a área da Emergência Pré-hospitalar irá sempre ser associada ao Médico e ao Enfermeiro. Pois as 5000 X horas de curso de um enfermeiro desempregado vale milhares de vezes mais que as X horas de curso do "Técnico de Emergência"...

Ordem dos Médicos tem dúvidas sobre necessidade desta carreira profissional

A Liga dos Bombeiros Portugueses vai defender a criação da carreira profissional do técnico de emergência médica. A aposta na figura do paramédico é uma das propostas que constam do memorando que vai hoje ser entregue ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), no âmbito da negociação em curso. A ideia, agora defendida pelos bombeiros, já vem sendo debatida internamente por médicos e técnicos do socorro. Mas está longe de ser consensual.Em causa está a delegação nestes técnicos de competências médicas até agora vedadas aos tripulantes de ambulância de socorro (TAS). Reanimar, por exemplo, é um acto exclusivo dos médicos e que os técnicos que circulam nas ambulâncias de socorro, (com apenas 210 horas de formação), não podem praticar.
A proposta da Liga baseia-se em duas constatações, explicou ao DN o seu presidente, Duarte Caldeira. "Há actos e competências necessários à prestação do socorro que não se ajustam ao perfil curricular do tripulante de ambulância de socorro. E não há médicos suficientes para prestar um serviço de qualidade de socorro pré-hospitalar. É necessário, por isso, criar um patamar intermédio."
Duarte Caldeira não especifica, por exemplo, de quantos paramédicos precisa o País. E lembra que esta proposta é ainda teórica, inicial e não pode ser entendida como algo isolado. "É mais um passo num caminho a percorrer, cujo objectivo é aumentar a qualificação do serviço prestado". O representante dos bombeiros voluntários rejeita ainda posições corporativas e diz que estes técnicos de emergência, ou paramédicos, podem estar ao serviço dos bombeiros, INEM, Cruz Vermelha ou polícias.
Actualmente, o INEM já denomina os seus elementos de técnicos de emergência médica. "Mas a sua formação é igual à dos tripulantes de ambulância de socorro (que estão nos corpos de bombeiros), sendo apenas uma forma de o INEM descriminar positivamente os seus técnicos em relação aos outros", acusa Duarte Caldeira.

É preciso uma nova carreira?
A criação desta carreira técnica já vem sendo reivindicada pela Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar e pela Associação Portuguesa de Medicina de Emergência. Vítor Almeida, presidente da segunda entidade, afirma que os moldes de actuação dos paramédicos devem ser definidos pelo Estado. "Não servem para substituir os médicos, devem cooperar com eles." Num caso grave, diz, podem estabilizar o doente ou colocar-lhe um soro. "Mas deve ser sempre accionado também o meio medicalizado."
Vítor Almeida diz que nos técnicos do sector já existe esta aspiração e defende que seja dada prioridade aos que "já têm competência e têm disponibilidade e interesse em aprofundar os seus conhecimentos".
O bastonário da Ordem dos Médicos não está tão convencido desta necessidade. Ao DN, Pedro Nunes afirmou que a Ordem ainda não tem uma posição fechada sobre o assunto, embora a ideia já esteja a ser debatida internamente e alguns médicos a considerem positiva. As dúvidas do bastonário prendem-se com a criação de uma nova classe profissional. "Tenho dúvidas de que valha a pena criar novos profissionais especializados, utilizados de vez em quando, e aumentando muito os encargos".
Pedro Nunes questiona se não seria "mais inteligente dar formação a profissionais já existentes, como enfermeiros que estão desempregados". (LINDO)
Pedro Nunes sublinha ainda a necessidade de reforçar a centralização do sector da emergência e de criar uma autoridade mais clara neste domínio. Congratula-se, por isso, com a escolha de um militar para a presidência do INEM. "Cargo precisa de capacidade de decisão", diz.
"Realmente este país é espectacular, é invejável ser Português! Com estas ideias vamos de certeza caminhar para um futuro melhor, um futuro com mais desemprego, com mais inexperiência e competência na aplicação dos cuidados de saúde, com mais insegurança, etc..."

terça-feira, 12 de maio de 2009

Plano de Contingência

Assumiram ter capacidade de resposta a uma possível pandemia, assumiram ter forças e meios para não deixar que Portugal se "enerve", no entanto existem estas falhas fulcrais e bastante pertinentes. Em primeiro lugar acho incrivel que os turistas vindos do México, que não foram poucos, não terem sido sequer observados nem orientados para uma conteção da infecção, que felizmente não explodiu. No entanto, o Ministério da Saúde não tomou qualquer provimento em relação a isso.Até o próprio Presidente do Hospital Curry Cabral (Hospital de Referência) admitiu que o plano estava a ser contrariado.
Como futuro profissional de saúde acho incrivel, embora possa descentrar-se das condições éticas e morais, o facto de o internamento compulsivo, nestes casos, atenção, nestes casos, ser praticamente impossível. Felizmente que o doente está imputável, está consciente no tempo e no espaço, mas por amor de deus, é um caso de Saúde Pública, não podemos arriscarmo-nos por um ou dois indivíduos, que por estarem melhor em casa não são internados.
Mais uma curiosidade, a linha de saúde 24 está "podre", senão contem o número de telefonemas perdidos, ora isto coloca em causa a saúde dos doentes. Mas mais uma vez, a culpa é do Ministério da Saúde, porque não conseguem chegar ao consenso que 45 enfermeiros não chegam para atender as chamadas recebidas em 24 horas, isto é ridículo. O dinheiro público tem de servir para isso, nós, os nossos pais, os nossos cidadãos pagam impostos é para isso, para uma garantia da qualidade de vida e uma garantia de que não vai morrer por um telefonema não atendido.
Afinal, quais são as prioridades do País?


Para a Revista Sábado,

João Pedro Alves da Silva Sousa Cruz Póvoa de Lanhoso, Braga 12 de Maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

As Artérias Coronárias


Cada vez mais se ouve falar em artérias coronárias, devido, um pouco ao crescimento do número de pessoas com Factores de risco Cardiovasculares, devendo se isto à progressiva má alimentação e maus hábitos de saúde gerais. Enfim, pagamos aquilo que fazemos. Por vezes estas ditas artérias ocluem ou têm estenoses, ou mesmo obstruções absolutas, o que leva à dor intensa, dor pré-cordial ou retroesternal, com ou sem irradiação. Juntamente com alguns sintomas, os doentes recorrem ao serviço de Urgência e constata-se a subida dos MNM (marcadores de necrose miocárdica) e lá vamos nós para mais um possivel enfarte do miocárdio ou angina, ou doença coronária aguda, etc... E vão ser estas artérias, as estudadas, pelo cateterismo ou por outro ECD, para obtermos respota rapida da localização da oclusao, estenose ou outra anomalia. Aqui fica uma descrição pormenorizada da anatomia das artérias coronárias...




As artérias coronárias constituem-se nos primeiros ramos emergentes da aorta, logo acima do plano valvar aórtico, e seu início pode ser observado nos dois óstios das artérias coronárias, situados nos seios aórticos ou seios de Valsalva direito e esquerdo. A existência de apenas um óstio ou mesmo mais de dois pode ocorrer, embora raramente, havendo relato na literatura de até cinco óstios independentes.
Existe uma grande variação na denominação dos ramos coronários principais, bem como de seus sub­ramos. Isto depende da preferência de cada centro ou de cada serviço, embora a nômina anatômica proponha a padronização.
Outro aspecto que merece aqui ser comentado diz respeito aos territórios de irrigação pelas artérias coronárias que, embora apresentem inúmeras variações, têm uma disposição mais freqüente. Em linhas gerais, a coronária direita se encarrega da irrigação do átrio e ventrículo direitos, da porção posterior do septo interventricular, dos nós sinusal e atrioventricular e, ainda, de parte da parede posterior do ventrículo esquerdo. A coronária esquerda é responsável pela irrigação da parede ântero-lateral do ventrículo esquerdo, átrio esquerdo e da porção anterior e mais significativa do septo interventricular. Como a irrigação dos ventrículos é muito mais preponderante do que a dos átrios, quase sempre a descrição se refere aos ramos ventriculares.

Artéria Coronária Direita


A coronária direita se origina na aorta a partir do óstio coronário direito, segue um curto trajeto até se posicionar no sulco atrioventricular direito, passando a percorrê-lo. Os primeiros ramos com direcção ventricular dirigem-se à parede anterior do ventrículo direito, na região do cone ou infundíbulo, e são denominados ramos conais ou infundibulares. Entretanto, muitas vezes, observa-se a presença da artéria do cone que sai diretamente da aorta. Seguindo o seu trajeto, a coronária direita contorna o anel tricúspide, situando-se anteriormente ao mesmo, até atingir a margem direita ou aguda do coração. Neste trajeto originam-se vários ramos, responsáveis pela irrigação da parede anterior do ventrículo direito, até a sua margem, sendo conhecidos como ramos marginais da coronária direita (EAM anteriores).
Após ultrapassar a margem, a coronária direita se dirige em direcção ao sulco interventricular posterior e à crux cordis. Entre a margem e este ponto podem se originar pequenos ramos posteriores do ventrículo direito até a ocupação pela coronária direita do sulco interventricular posterior, com o ramo interventricular posterior ou descendente posterior. A continuação da coronária direita em direção à parede posterior do ventrículo esquerdo, bem como a própria presença do ramo interventricular posterior, depende do conceito da dominância, que será discutido mais adiante.
A coronária direita dá origem, em cerca de 58% dos casos, à artéria do nó sinusal, que se dirige para cima e medialmente, circundando o óstio da veia cava superior, irrigando neste trajeto o átrio direito e principalmente o nó sinusal. Além da artéria do nó sinusal, a coronária direita emite para os átrios alguns ramos de pequeno calibre.

Artéria Coronária Esquerda

A coronária esquerda se origina do óstio coroná­rio esquerdo, no seio de Valsalva esquerdo, percorrendo um trajeto posterior ao tronco pulmonar. A coronária esquerda tem uma extensão que varia de milímetros a poucos centímetros. Este pequeno segmento, muito calibroso (cerca de 4mm), é denominado tronco da coronária esquerda e apresenta direção anterior, bifurcando-se para originar as artérias interventricular anterior ou descendente anterior e circunflexa. Em vários casos, que segundo alguns autores pode chegar a 39%, ocorre uma trifurcação originando-se na bissetriz do ângulo formando pela artéria descendente anterior e artéria circunflexa, um ramo chamado diagonalis, que cruza obliquamente a parede ventricular.
A artéria descendente anterior tem direção ante­rior, ocupa o sulco interventricular anterior e se dirige à ponta do ventrículo esquerdo, podendo em alguns casos até mesmo ultrapassá-la e prosseguir por poucos centímetros em direção ao sulco interventricular posterior, apresentando comprimento médio de 10 a 13cm e cerca de 3,6mm de diâmetro. Há duas categorias de ramos que se originam a partir da artéria descendente anterior: os ramos septais e os diagonais. Os septais se dirigem ao septo interventricular e se originam a partir da parede posterior da artéria descendente anterior; são intramiocárdicos, ocorrem em número variado, do início da artéria descendente anterior à ponta do ventrículo esquerdo. Os ramos diagonais se originam lateralmente à pa­rede esquerda da artéria descendente anterior, têm sentido oblíquo, se dirigem à parede lateral alta do ventrículo esquerdo e são também conhecidos como ramos anteriores do ventrículo esquerdo.
A artéria descendente anterior, ainda que geralmente seja uma estrutura epicárdica, pode converter­se em intramiocárdica em alguns trechos do seu trajeto para depois emergir à sua posição epicárdica habitual. Estes segmentos de músculo sobre a artéria são denominados ponte miocárdica.
A artéria circunflexa posiciona-se no sulco atrio­ventricular esquerdo e o percorre, desde o seu início, a partir do tronco da coronária esquerda, apresentando entre 6 e 8cm de comprimento. Em cerca de 30% dos casos, a artéria do nó sinusal origina-se da artéria circunflexa em lugar da coronária direita, podendo ocasionalmente, cerca de 10% dos casos, originar-se diretamente do tronco da coronária esquerda. Em seu trajeto, ao longo do sulco atrioventricular, a artéria circunflexa emite inúmeros ramos para a parede lateral do ventrículo esquerdo. Eles são conhecidos como marginais, quanto mais proximais, e ventriculares posteriores, quanto mais distais e próximos ao sulco interventricular posterior. Em uma porcentagem reduzida de casos, a artéria circunflexa pode ocupar o sulco interventricular posterior, caracterizando uma dominância do tipo esquerdo. Neste caso, este ramo recebe o nome de interventricular posterior da coronária esquerda.



Pode ser dificil de entender estas pequenas posições, mas são sem dúvida importantges para um bom diagnóstico e uma boa análise dos EAM ou mesmo outras patologias. É dificil de entender, mas vale a pena.