segunda-feira, 21 de julho de 2008

Depressão

A Depressão é uma das doenças psiquiátricas mais frequentes, é uma palavra frequentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem "em baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes, e tais sentimentos são normais.
A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer, que exige tratamento. Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele se sente triste a maior parte do dia, quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas actividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de não ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.
Existem as depressões monopolares (este não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afectivo bipolar é caracterizado pela alternância de fases deprimidas, como maníacas, de exaltação, alegria ou irritação de humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas.


Sintomas da depressão:
Ø Perda de energia ou interesse
Ø Humor deprimido
Ø Dificuldade de concentração
Ø Alterações do apetite e do sono
Ø Lentidão nas actividades físicas e mentais
Ø Sentimento de pesar ou fracasso

Sintomas associados a depressão:
Ø Pessimismo
Ø Dificuldade de tomar decisões
Ø Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
Ø Irritabilidade ou impaciência
Ø Inquietação
Ø Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
Ø Chorar à-toa
Ø Dificuldade para chorar
Ø Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
Ø Dificuldade de terminar as coisas que começou
Ø Sentimento de pena de si mesmo
Ø Persistência de pensamentos negativos
Ø Queixas frequentes
Ø Sentimentos de culpa injustificáveis
Ø Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insónia, perda do desejo sexual.

Factores de risco:
Ø Pessoas com episódios de depressão no passado;
Ø Pessoas com história familiar de depressão;
Ø Pessoa do sexo feminino, a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e pós-menopausa;
Ø Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de alguém próximo;
Ø Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças;
Ø Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
Ø Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
Ø Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem stress;
Ø Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
Ø Pessoas idosas.


Diagnostico:

Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso. Deve ser dirigido sempre ao seu médico de família ou clínico geral: estes médicos podem reconhecer a presença da doença, e caso considerem necessário, podem contactar com um médico psiquiatra para esclarecimento do diagnóstico e para orientação terapêutica (o medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.). Normalmente, o tratamento pode ser através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapeutas, ou da conjugação de ambas.


Depressão na terceira idade

A conhecida relação entre sintomas depressivos e idade avançada, sempre gerou numerosos estudos. A maioria desses estudos aborda a polémica sobre o facto da depressão no idoso ser considerada, ou não, um tipo diferente das demais depressões. Esse debate inicialmente se concentrou sobre a idade do paciente idoso que sofria de depressão, interessava saber se a depressão era senil, evolutiva, pré-senil.Um dos modelos de abordagem da depressão na terceira idade é o modelo bio-psico-social, o qual, como diz o nome, congrega os aspectos sociais, psicológicos e orgânicos como ingredientes necessários para produzir e manter o quadro depressivo. Sobre esse modelo biopsicossocial, actualmente muito aceite, a medicina poderia actuar com eficácia num ou dois aspectos, ficando o aspecto social submetido à actuação política, notadamente nessa questão da terceira idade. Do ponto de vista vivencial, o idoso está numa situação de perdas continuadas; a diminuição do suporte sócio-familiar, a perda do status ocupacional e económico, o declínio físico continuado, a maior frequência de doenças físicas e a incapacidade pragmática crescente compõem o elenco de perdas suficientes para um expressivo rebaixamento do humor. Também do ponto de vista biológico, na idade avançada é mais frequente o aparecimento de fenómenos degenerativos ou doenças físicas capazes de produzir sintomatologia depressiva.
Sintomas da depressão no idoso:

Ø Inquietação psicomotora (depressão ansiosa);
Ø Sintomas depressivos (insuficientes para categorias de diagnóstico formal);
Ø Somatizações variadas;
Ø Sinais de alterações vegetativas;
Ø Perda de auto-estima;
Ø Sentimentos de abandono e dependência;
Ø Eventuais sintomas psicóticos, défice cognitivo variável;
Ø Ideias de suicídio;
Ø Alterações do sono;
Ø Alterações do apetite;
Ø Reconhecimento dos sintomas psiquiátricos;
Ø Perda de energia;
Ø Sensação de culpa, tristeza subjectiva;
Ø Diminuição da concentração e pensamentos sobre a morte.

É de salientar que a depressão é a patologia mais frequente no idoso e, normalmente, é apresentada de maneira atípica ou indirecta, ou seja, encoberta por múltiplas e variadas queixas somáticas e associada a quadros de franca ansiedade. O diagnóstico da depressão no idoso baseia-se na história clínica, nos antecedentes afectivos pessoais e familiares bem como no julgamento de elementos sócio-psicológicos associados e possivelmente facilitadores.

Homeostasia

É a manutenção do equilíbrio interno de um sistema biológico (célula, organismo, ecossistema), através de respostas controladas a alterações que podem se originar dentro ou fora do sistema."É um conjunto de fenômenos que têm lugar e interferem nos ecossistemas, ou mesmo em certos organismos, corrige desvios, elimina excessos, controlando forças antagônicas, introduzindo por vezes fatores novos, procurando sempre manter o conjunto em equilíbrio e funcionamento correto e normal. Os mecanismos homeostáticos são feedbacks dos ecossistemas. A homeostasia é também um processo de auto?regulagem, pelo qual os sistemas biológicos ? como células e organismos ? trabalham para a manutenção da estabilidade do ecossistema pelo ajuste das condições necessárias para um ótimo de sobrevivência" (Carvalho, 1981)."Quanto mais complexos os ecossistemas, maior tendência apresentam à estabilidade, isto é, a uma independência cada vez mais acentuada com relação às perturbações de origem externa. Esta tendência à estabilidade chama-se homeostasia" (Dajoz, 1973)."(Homeo = igual; stasia = estado) é o termo empregado para significar a tendência de os sistemas biológicos resistirem a mudanças e permanecerem em estado de equilíbrio" (Odum, 1972)."Tendência de os sistemas biológicos a resistir a alterações e permanecer em estado de equilíbrio dinâmico" (Hurtubia, 1980).

Musicoterapia - Uma nova perspectiva de cuidar

O que é a musicoterapia?

Musicoterapia pode-se definir do ponto de vista científico e do ponto de vista terapêutico.
Do ponto de vista científico a musicoterapia é uma especialidade científica que se ocupa do estudo e investigação do complexo até ao som humano.
Do outro ponto de vista a musicoterapia é a disciplina paramédica que usa o som, a musica e o movimento para produzir efeitos regressivos e para abrir canais de comunicação com o paciente.
Indicações
Como já fora dito na definição de musicoterapia, esta consiste na utilização da música e/ou de seus elementos constituintes, ritmo, melodia e harmonia, por um musicoterapeuta.
Em termos de indicações clínicas, é preciso considerar que a musicoterapia é uma forma de tratamento tal como outra qualquer, mas que tal como outros tratamentos tem os seus próprios limites e contra-indicações. No que diz respeito aos limites da musicoterapia, é fundamental eliminar a ilusão, que por vezes é frequente, de que a arte ou a música num contexto terapêutico possam levar o indivíduo que sofre a transcender todos os seus problemas. Nem sempre isso é verdade.
Entre as inúmeras aplicações da musicoterapia devem ser destacados os trabalhos com pacientes portadores de deficiências físicas, como paralisia e distrofia muscular progressiva. As deficiências sensoriais (visual e auditiva) e as síndromes genéticas (Down, Turner e Rett) também contam com essa opção como tratamento complementar. Distúrbios neurológicos (lesões cerebrais, dislexias, disfonias, entre outros) e doenças mentais, como esquizofrenia, autismo infantil, depressões e distúrbio obsessivo compulsivo também podem beneficiar com essa terapêutica. Alem destas aplicações anteriores, a musicoterapia pode ser aplicada desde a vida intra-uterina. Pesquisas feitas acerca deste assunto, provaram que o feto reage ao som e, por ser estimulado desde cedo, nasce com maior capacidade de desenvolver seu potencial.

Musicoterapia em casos específicos:

No deficiente Mental, a musicoterapia permite, de maneira bem fácil, a introdução de mensagens que pareciam difíceis ou complicadas para o deficiente mental. Para estabelecer contacto, primeiro o deficiente mental é tratado individualmente, e só depois integrado com os demais. É importante o uso do corpo como instrumento de movimento e percussão: soltar a voz, bater palmas, bater na mesa, marchar. É necessário encontrar um meio para que a criança se expresse: num ritmo, ruído, som ou melodia. Os deficientes mentais têm facilidade para viver a intensidade e aprendem a duração do ritmo, podendo passar para as aulas de música após a terapia.
Nos indivíduos com deficiência motora, esta consegue a criação de novas vias no cérebro lesado, tanto em crianças como em adultos. A música dá a emoção do movimento, porque se move no tempo e no espaço, e a meta da musicoterapia é provocar a sensação da possibilidade de realizar o movimento. Tal como no deficiente mental, também nestes pacientes é necessário trabalhar individualmente no início, pois os espásticos apresentam reacções diversas face à música. O musicoterapeuta deve procurar o melhor meio de expressão do paciente. Deve-se ainda buscar a integração com outras áreas como a psicoterapia.
Nos indivíduos com deficiência auditiva, a actividade para o som é completamente distinta em pacientes com experiência auditiva prévia, em pacientes com surdez parcial, e nos surdos que já nasceram surdos. De qualquer forma, o mais importante é o ritmo e não a melodia. São utilizados outros sistemas capazes de perceber o som: sistemas de percepção interna, táctil e o visual. Este tipo de sessões podem ser individuais ou em grupos. É importante o piso de madeira na sala de musicoterapia para sentir as vibrações, os audiofones, os grandes instrumentos, e as vibrações no ar. Sentir as vibrações do musicoterapeuta quando este canta e compará-las com as de seus companheiros é uma das experiências mais ricas de comunicação que existe.

No Autismo infantil, esta é a primeira técnica de aproximação para com este tipo de pacientes. Um indivíduo autista pode ser considerado como uma espécie de feto que se defende contra os medos de um mundo externo desconhecido e contra as sensações das deficiências do seu mundo interior. Portanto, é importante trabalhar em etapas com elementos de regressão, ou seja, musicoterapia passiva ou receptiva (o paciente é submetido ao som sem instruções prévias); de comunicação e de integração. A água pode ser fundamental para a terapia, pois é elemento com o qual a criança convive diariamente produzindo efeitos diversos, assim como sons primitivos como batimentos cardíacos, inspiração e expiração.
A Musicoterapia também se adapta perfeitamente nas famílias de crianças autistas, psicóticas, ou mesmo em qualquer grupo familiar enfermo, quando realizada paralelamente à terapia da criança.
- O Papel do Enfermeiro na Musicoterapia

Intervenções:
● Explicar os benefícios da musicoterapia para a sua saúde, para o seu bem-estar;
● Promover uma relação de empatia com o utente para este se sentir motivado e se mostrar receptivo à terapia pela música;
● Saber qual o tipo de música que o doente gosta;
● Proporcionar um ambiente calmo e confortável, de relaxamento;

O Enfermeiro pode proceder à realização destas intervenções de forma individual ou em grupo, tendo sempre em conta as necessidades específicas de cada pessoa.

É necessário uma forte interacção, uma grande disponibilidade de ambas as partes, ou seja, entre Doente e Enfermeiro, para que o processo de Musicoterapia resulte.

Resultados da Musicoterapia

A Musicoterapia como psicoterapia complementar no protocolo de tratamento, pode contribuir significativamente para a melhoria do estado de saúde não só por constituir uma situação terapêutica não intrusiva, mas também por permitir a abordagem de aspectos clínicos importantes que não são tidos em consideração nas intervenções terapêuticas convencionais.
É importante salientar a fácil e espontânea dinâmica relacional entre terapeuta e paciente, que possibilita de uma forma muito natural a optimização da intervenção clínica. Conseguindo assim uma melhor aceitação, por parte do paciente, das intervenções terapêuticas complementares, o que constitui uma mais-valia na obtenção de melhores resultados.
Estudos realizados comprovam que a musicoterapia é uma técnica capaz de restabelecer a paz e a harmonia interior do ser humano, hoje tão prejudicado pelo barulho, pelos sons agressivos e pela música dissonante ouvida em volume excessivamente alto.
Os resultados têm-se revelado notáveis em largas áreas terapêuticas ou simplesmente relaxantes e recentemente comprovado, em casas comerciais de grande porte, que além de criar uma atmosfera harmoniosa entre os funcionários, leva os clientes a realizarem suas compras com maior tranquilidade.

O Perfil da Saúde em Portugal


A esperança de vida à nascença em Portugal, aumentou praticamente para o dobro. Apesar desta tendência se continuar a verificar, a esperança de vida da nossa população contínua abaixo da média Europeia. Dados de 1999 dizem-nos que na U.E. a taxa era de 78,37 anos e em Portugal era de 75,52 anos.
No entanto, para as mulheres a taxa de esperança de vida era de 79,08 anos, superior à de outros países, e na Europa era de 81,43 anos. Nos homens a taxa de esperança de vida, em comparação com a de outros países, é das mais baixas – Portugal 71,93 anos, Europa 75,19 anos ( WHO, Health For All Database, 2003).

Nos inícios dos anos 60, os indicadores de saúde infantil tiveram uma melhoria, mas foi desde a revolução de 1974 que estes indicadores sofrerão uma redução enorme e neste momento estão perto das médias europeias. Entre 1970 e1990 a taxa da mortalidade infantil desceu percentualmente 5 pontos. Decresceu de 10,8/1000 em 1981 para 5,0/1000 em 2001.
Segundo Instituto Nacional de Estatística, continua a haver diferenças a nível regional destas taxas, pois os Açores apresentam a maior taxa 6,5/1000 sendo a mais baixa a da Região Centro de Portugal Continental com 3,8/1000. (INE; Estatísticas Demográficas, 2001)

A situação da saúde infantil em Portugal actualmente, apresenta uma evolução francamente positiva que o coloca acima da média europeia e melhor que muitos países desenvolvidos.
Através da análise dos componentes da taxa de mortalidade infantil conseguimos notar essas evoluções favoráveis:
- a taxa da mortalidade perinatal desceu de 12,1/1000 em 1990 para 5,6/1000 em2001.
- a taxa de mortalidade neonatal diminuiu 50,7% entre 1990 e 2002, ou seja de 6,9/1000 para 3,4/1000
- a taxa de mortalidade pós-neonatal diminuiu, no mesmo período de tempo, 60,4% de 4,0/1000 para 1,6/1000
- 68% da mortalidade infantil diz respeito à mortalidade neonatal
(INE, Estatística da Saúde 2002)

Este panorama está em muito relacionado com as politicas e estratégicas bem definidas, bem como, com os investimentos selectivos e coerentes aplicados nas áreas perinatal, materna e infantil, praticados nestes últimos anos.


Estas melhorias do estado de saúde da população, parecem estar associados a maiores e melhores recursos financeiros, materiais e humanos nos cuidados de saúde, bem como às melhores condições económicas e sociais: educação, habitação, condições sanitárias, rede viária, transportes, comunicações.
Contudo continua a haver desigualdades entre as regiões e provavelmente entre classes sociais. Estas disparidades notam-se na variação de determinados indicadores de saúde, como a taxa de mortalidade e a taxa de mortalidade infantil, bem como nas diferentes condições de acesso dos habitantes aos cuidados de saúde como por exemplo, o ratio de habitantes por hospital e o ratio de habitantes por profissionais de saúde.

Todos estes ganhos tem também como base a Lei nº 4/84 de 5 Abril segundo a qual Portugal rege a Protecção da maternidade e da paternidade

Suporte Hídrico em Crianças

Suporte hídrico em crianças

Importante: diferenciar se a criança recebe líquidos de manutenção (por ex. se é pré-operatório) ou se é para recompensar perdas (desidratação, vómitos, diarreias). Deve estar muito atenta se a criança recebe só manutenção, pois nesse caso deve dar-se quantidade calculada de líquidos.
Quanto mais nova a criança (menor em idade) mais frágil é para tolerar líquidos, além de que paradoxalmente precisa maior quantidade por kg de peso (pesar sempre a criança)

Em caso de manutenção
Recém-nascido 70 ml × kg peso × 24 horas
Até 10 kg de peso: 100 ml × kg peso × 24 horas
10 - 20 Kg de peso: 1000 ml base × 50 ml por cada kg acima de 10 × 24 horas
Ex: criança de 14 kg
1000 ml base + 50×4 = 1200 ml / 24 horas
Se a criança está desidratada:
  • Classificar desidratação

    Leve (até 5%): boca seca
    Moderada (5 - 7 %): boca seca, sede, olhos encovados
    Grave (7 - 10 %): boca seca, olhos encovados, prega cutânea, criança muito calma
    Choque (> 10%): tudo o anterior mais criança exaltada ou deprimida

    Quanto dar?
    Paciente em choque: 30 - 50 ml × kg Þ restabelece rapidamente
    Desidratado grave: 30 ml × kg em 1 hora Þ reavaliar e calcular novo debito
    Desidratação moderada: 20 ml × kg em 1 hora Þ reavaliar
    Pode calcular-se: % de desidratação × peso × 10 e do total dar metade em 2 horas, o resto em 4 horas
    Ex. criança 8 kg, desidratada 7%
    7 × 8 Kg × 10 = 560 ml ÷ 2 = 280 ml Þ dar 280 ml em 2 horas e de seguida 280 em 4 horas
    Reavaliar sempre antes de continuar.

    Se o paciente tolera a via oral – Repor perdas com soro (contem glicose, sódio, potássio) oral “redrate” com o soro oral o criança nunca vai sobre-hidratar-se.
    Em recém-nascidos: nunca repor rapidamente (EV) + de 1 hora
    Se criança em choque 20 ml × kg em 1 hora
    Se não em choque repor em 6 horas

  • Qual solução usar?
    Criança em choque: fisiológico 0,9 %
    Criança não em choque:
    Menos de 1 ano: solução 0,30 % (soro 210)
    Maior de 1 ano: solução 0,45 % (heminormal)
    Agregar electrólitos quando precisar
  • Complicações da hidratação:
    Oral:
    Mau sabor
    Vómitos
    Rejeição da criança a ingerir soro oral
    Deve-se dar lentamente para evitar distensão gástrica e consequentemente vómitos
    Não usar nunca em criança em choque ou com intolerância
    Parenteral:
    Se perfundir menos quantidade que a necessária, produzir-se-á hipotermia, pouca oxigenação cerebral, hipotensão, falha renal podendo evoluir até choque hipovolémico (criança deprimida, pouco activa, pele fria)
    Se perfundir mais quantidade (sobre-hidratar), pode apresentar complicações:
    Em recém-nascidos: reabertura do ducto arterioso
    Em todas as idades:
    - edema periférico
    - insuficiência cardíaca Þ edema pulmonar
    - edema cerebral, coma
  • Alterações metabólicas:
    ➣ O mais frequente em crianças com diarreia ou vómitos:
    Hiponatremia: caracterizada pela baixa concentração de sódio, criança pouco activa, pele fria, hipotensa, geralmente taquicardia em crianças com diarreia e vómitos que tem tomado só soluções doces (sumos), ou que se tem corrigido a desidratação com soluções hipotónicas.

    Hipernatremia:
    Criança muito irritável, choro contínuo. Importante avisar o médico, pode convulsionar e causar edema cerebral e morte rapidamente.
    ➣ Crianças com diarreia:
    Hipocaliemia: caracterizada pela baixa concentração de potássio Þ pouco vulgar
    VNK: 3,5 - 5,5 mg/litro
    Criança com distensão abdominal, dor abdominal, timpanismo abdominal. Se grave, a hipocaliemia pode alterar ritmo cardíaco.
    Criança diabética:
    Hipoglicemia
    } ambos com perda ou alteração da consciência Hiperglicemia

    Se, já Dx, criança diabética e saltou alguma refeição, suspeitar de hipoglicemia
    Se não tomou insulina e/ou abusou das comidas, criança em stress ou com infecção, suspeitar de hiperglicemia
    Se, já Dx, criança diabética e ficar inconsciente e não poder fazer dx ou glicemia imediatamente, colocar-lhe sempre soro glucosado (dextrose) ou açúcar até obter glicemia.
    Lembrar-se dx: tem valores entre 10 e 20 mg/% acima da glicemia central.
    O resto das alterações electrolíticas é pouco frequente em crianças.
    Outra alteração metabólica
    Hipotiroidismo - criança geralmente gorda, pouco activa, olhar perdido, língua fora da boca com boca aberta, pele fria, edemas duros pré-tibiales.
    Em crianças menores de 1 ano, bebé hipolónico com atraso do desenvolvimento psicomotor, dificuldade para alimentar-se.
    É uma patologia hoje invulgar, pois o seu dx pode ser feito no bebé RN com o teste de pé.